Sem que isso implique a elaboração de uma segunda versão do orçamento aprovado pelo executivo, o presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, esclareceu a PRIMEIRA MÃO que as propostas serão seleccionadas de acordo com o grau de prioridade, à medida que forem sendo apresentadas.
A reestruturação orçamental da autarquia maiata surge num cenário em que “o Governo está, cada vez mais, a passar responsabilidades para as câmaras municipais, sem qualquer contrapartida”. Como se não bastasse, as medidas entretanto anunciadas no âmbito do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) traduzem-se numa redução das transferências para as autarquias na ordem dos cem milhões de euros, admitindo que a redução para a Câmara da Maia seja “muito substancial”, devendo oscilar entre os 500 mil e um milhão de euros. Para agravar o cenário, Bragança Fernandes cita o aumento do IVA, a redução das receitas provenientes das taxas e licenças e da derrama.
Porque “não queremos que a nossa câmara fique mal”, referindo-se à redução da dívida no último exercício da autarquia, e prevendo uma quebra nas receitas na ordem dos cinco milhões de euros, o autarca e define como prioridade reduzir a despesa, de forma a conseguir equilibra-la com a despesa. Mas “nunca na habitação social, nunca na parte social, nunca na parte escolar nem nos salários ou no pessoal”, assegura Bragança Fernandes.
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Até porque “a actual crise económica e financeira que assola o nosso país representa para as câmaras municipais um incremento substancial na Acção e Protecção Social, de forma a minorar os efeitos da citada crise nas camadas mais frágeis da população”, refere a autarquia no documento enviado esta quarta-feira.
Desta feita, os os cortes deverão ser feitos nos projectos de investimento, ou seja, “não havendo dinheiro para fazer obras, não se fazem, vamos aguenta-las mais um ano”. Desde que não sejam prioridades como a da Escola do Barroso, que lançara no mesmo dia em que prestava estas declarações, na quarta-feira. Olhando à impossibilidade de agravar o endividamento líquido da autarquia, poderão ser adiadas algumas obras públicas municipais, será “reformulada a política de atribuição de subsídios e proceder-se-á à reestruturação orçamental de algumas actividades e eventos desenvolvidos pela câmara municipal”.
Marta Costa