Depois do adiamento justificado pelo alerta vermelho do Instituto de Meteorologia, a 27 de Fevereiro, mais de dezena e meia de pessoas concentraram-se no sábado em frente à Câmara Municipal da Maia. Entre elas, o elenco coordenativo do PLP na Maia, mas também voluntários, executivo da Junta de Freguesia de Folgosa e Jaime Pinho, na qualidade de interlocutor da câmara com as juntas do concelho. Tal como se tinha apelado, chegaram vestidos a rigor para entrar na mata, preparados com luvas e4 alguns já com utensílios como ancinhos e pás. Em frente ao edifício estava já também já uma viatura da Maiambiente, com dois elementos prontos a ajudar.
Depois de um breve briefing a cargo do coordenador do grupo, João Guimarães, distribuíram-se os voluntários pelas viaturas necessárias e rumou-se a Folgosa. Ao chegar ao local da lixeira, já lá estavam uma carrinha de caixa aberta da Junta de Freguesia de Folgosa e uma retro-escavadora conseguida pela junta, assim como uma roçadora e respectivo operador para desbastar o mato necessário e, assim facilitar a remoção dos resíduos.
Para garantir a segurança dos voluntários, a estrada foi sinalizada. E já equipados a rigor – com as luvas e coletes reflectores – puseram mãos à obra obra. Os relógios marcavam cerca de 10h00. Nesta lixeira classificada como média, mas com diversos pontos de deposição, impunha-se separar os resíduos. Plásticos e metal para um lado, papel e cartão para outro, mais uma pilha com resíduos de borracha, outra para madeira, uma outra para os chamados monstros e ainda os equipamentos eléctricos. Mas foi aqui que se despertaram algumas dúvidas, de imediato esclarecidas pelos funcionários da Maiambiente. O estado de grande parte dos resíduos ali depositados inviabilizava já a reciclagem dos mesmos, sendo o seu fim o mesmo do lixo orgânico.
Não bastando o estado desses resíduos, a quantidade acabou por surpreender os voluntários. Nomeadamente os que descobriram sob a terra e a vegetação resmas de folhetos de um supermercado, ainda com as respectivas cintas plásticas. Cedidos pela Maiambiente, encheram-se sacos, sacos e sacos… Juntou-se madeira e monstros não metálicos. O suficiente para encher, por três vezes, a carrinha da Empresa Municipal de Ambiente.
Entretanto, já bem perto do meio-dia, pôde entrar na lixeira a retro-escavadora conseguida pela Junta de Freguesia de Folgosa. Por duas vezes, carregou o entulho de obras do local e ainda lá ficou algum, que o presidente da junta se comprometeu a tentar remover no decorrer desta semana. Assim como a começar a limpeza de uma lixeira de maiores dimensões na freguesia, referenciada na Rua Central da Camposa.
Enaltecendo o trabalho do PLP, Luís Cândido confessou-se no sábado “surpreendido com o número de lixeiras e com a dimensão de algumas”, sentindo o autarca que Folgosa é “preferida pelos assassinos do ambiente, por ser uma freguesia limite do concelho”:
[audio:FOLGOSA_PLP.mp3]O coordenador do grupo da Maia do PLP reconhece que “foi pouca gente” aquela que se disponibilizou para colaborar na limpeza-piloto. Mas admitindo também que o trabalho poderia ser mais difícil se fossem muitos mais, olhando ao espaço disponível. Das sugestões e problemas levantados no final da actividade, João Guimarães reconhece que, até ao dia 20, é preciso ficar bem definido que tipo de resíduos podem ser encaminhados para reciclagem, contando para isso com o responsável por cada lixeira, já que cada uma é um caso.
[audio:VALIDAR_LIXO.mp3]É isso também que fica definido no próximo fim-de-semana, com a validação completa de todas as lixeiras, com a ajuda de técnicos de ambiente.
E “se nós numa lixeira destas precisamos entre 15 a 20 pessoas”, adverte João Guimarães, “quanto mais gente tivermos para o Dia L, mais rápido será feito o processo de remoção e com um nível de sucesso maior”. Esse sucesso está também dependente dos meios materiais que sejam disponibilizados para este dia 20 de Março, voltando o grupo a apelar às empresas da Maia para cederem “aquilo que puderem”. E reiterando o pedido às juntas de freguesia, por exemplo, no sentido de “facilitarem os locais de depósito temporário” dos resíduos.
No que a Folgosa diz respeito, Luís Cândido incumbiu-se a si mesmo, e à junta de freguesia, tentar garantir uma melhor forma de escoar os resíduos separados, para tornar o processo de limpeza mais rápido. E aproveita para sugerir que, nos locais limpos no Dia L se coloque um marco do projecto, “para evitar que estes prevaricadores do ambiente se continuem a manifestar desta maneira”.
Todas estas questões, e dúvidas dos membros do grupo, deverão ser abordadas na reunião geral do grupo da Maia do PLP, marcada para a próxima quinta-feira, 18 de Março, a partir das 21h00, em espaço que aguarda ainda confirmação. Será, certamente, divulgado na plataforma do movimento cívico na Internet ou o blog do grupo da Maia.
Marta Costa